Foi
muito engraado... fomos fazer a cobertura de alguns
condrinhos neste Carnaeli 2005 e samos
pelas ruas " caa" deles. Chegamos
Praa da Matriz e vimos o movimento em um
cmodo, de uma galera de Belo Horizonte. Na dvida,
perguntamos: "Isto aqui
um bar ou um Condrinho?". Todos os integrantes
fizeram silncio. Um deles franziu a testa, fez uma
careta e disse: "Desculpe...
ns no conhemos esta gria local...
o que isso?". Foi preciso explicar
para todos e decidirmos que o local ERA realmente o Condrinho
de BH.
Fizemos
uma pesquisa e descobrimos que este termo bem raro.
No achamos citaes em dicionrios
ou livros e at mesmo na Internet s encontramos
uma citao desta palavra, at esta data.
Perguntando nas ruas, todos eloienses sabiam O QUE ,
mas a origem permaneceu um mistrio.
Em
Eli Mendes, principalmente na poca do Carnaval,
muito comum a organizao dos "Encontrinhos",
popularmente chamados de "Condrinhos".
Basicamente,
os amigos se organizam em turmas, em mdia de 8 a 20
integrantes, alugando casas por temporada durante os dias
do Carnaval, alguns no perodo de uma semana antes
da festa at uma semana aps. Nesta poca,
torna-se difcil conseguir um imvel na cidade,
j que dezenas de turmas intencionam montar seus Condrinhos.
O
objetivo criar um local privativo, onde os amigos
possam conversar, gritar, berrar, cantar, ouvir som alto,
fazer churrasco, cozinhar e farrear, dia e noite, com total
liberdade, sem incomodar os pais e a famlia. Os Condrinhos
so como "acampamentos urbanos" ou "repblicas
temporrias".
De
acordo com a regio do Brasil, os Condrinhos so
conhecidos com nomes e apelidos diferentes, como QG, Quartel
General, Muquifo, Matadouro, etc. Eles so batizados
com "nomes de guerra", cuidadosamente selecionados
e votados por seus integrantes. Colam-se cartazes e pregam-se
faixas na frente da casa, identificando e marcando o territrio.
Em
alguns tambm so criados "slogans"
e frases engraadas, mostrando o bom humor de seus
componentes. Uma das mais conhecidas : "No
nosso condrinho no entra sapo... s perereca!".
Outras: "Sapo, s amanh!",
"Fora, Sapo!",
"Serrote, aqui NO!",
"Sapo, no entre sem bater!
No bata!", "Consultrio
de Ginecologistas.", "Vinde
a ns, mulheres!"
Alguns
Condrinhos tambm selecionam seu hino de guerra, que
normalmente uma msica badalada na poca,
votada pela maioria. Outros tambm elaboram camisetas,
abads ou qualquer vestimenta improvisada para o carnaval,
de forma que seus integrantes se vestem com as mesmas cores
durante a festa.
Os
Condrinhos so, na maioria, muito bem organizados.
As bebidas e comidas a serem consumidas durante a temporada
so compradas em quantidade, com antecedncia,
permitindo boas negociaes com os fornecedores.
Em
alguns, mais simples, os amigos apenas se renem para
festejar no local. Em outros, mais "modernizados",
cada integrante trs algum "equipamento"
de casa (TV, Som, DVD, ventilador, videocassete, iluminao,
mquina de fumaa, neon, luz negra, strobo,
liquidificador, fogo, etc.). Freezer no falta
em nenhum, pra manter a cerveja gelada.
isso a, pessoal. Se algum tiver alguma coisa
a acrescentar, basta nos enviar por e-mail.
Dem uma olhada nas outras pginas, no menu l
em cima, nos Condrinhos que registramos no Carnaeli
2005. Se o seu no apareceu aqui, desculpe-nos, mas
o tempo foi muito corrido durante o Carnaeli. Mas
pode nos enviar suas fotos que publicaremos aqui com o maior
prazer.
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Foi
o Mrcio Roque, arquiteto e eloiense de corao,
quem nos deu uma explicao:
Encontro > Encontrinho > Contrinho
> Condrinho.
Antigamente,
no era to comum a existncia de danceterias,
bares, casas noturnas, restaurantes e locais para os jovens
se reunirem. Naquela poca, os bares eram na verdade
os "botecos" (botequim), nunca freqentados
por mulheres ou jovens. As danceterias eram casas noturnas,
existentes apenas nas grandes cidades, reservadas a uma minoria
mais elitizada da sociedade.
Assim,
nas vilas e pequenas cidades, as pessoas marcavam os famosos
"encontros" nas prprias casas, ao
som de viola e acordeom, onde podiam conversar, se divertir
e danar com liberdade. Em todas as famlias,
se incentivava pelo menos um dos filhos para que aprendesse
a tocar um instrumento musical, qualquer que fosse, pois era
a nica forma de alegrar e agitar os Encontrinhos
e outros eventos na comunidade.
A
inveno do gramofone, antecessor da vitrola,
bem como do rdio, trouxe posteriormente uma alternativa
a mais para a 'sonorizao' dos Encontrinhos,
claro que para uma minoria, a princpio, pois no
era uma aquisio altura de qualquer
bolso, j que se tratava de tecnologia de ponta :-))
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